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"Hoje, eu tenho muito mais medo de não viver do que de morrer. Já que a morte é inevitável e imprevisível, enquanto a vida é uma escolha diária..."
- Leticia Mello
- Leticia Mello
O meu lema de vida, que inclusive estampa uma das camisetas do meu projeto, é “O plano é não ter plano”. Muitas pessoas sentem até náuseas ao ler essa frase, pois tem a necessidade de planejar cada passo e não conseguem imaginar como alguém vive sem planejamento. Mas a verdade é que eu planejo sim!! Principalmente quando o assunto é viagem. É preciso de muito planejamento para ser nômade, muita disciplina para trabalhar de lugares remotos e organizar passagens aéreas, bagagens, vistos e tudo o que envolve essa “vida sem planos”.
E toda viagem precisa de um mínimo de planejamento para se realizar, senão elas se tornam somente sonhos. Eu sou nômade, sem base fixa em lugar nenhum, tudo o que eu possuo está em um mochilão e uma mala. A curiosidade pelo desconhecido é o que me move. E nessa jornada pelo mundo eu aprendi alguns segredinhos que quero compartilhar com você, para te ajudar a planejar sua próxima viagem de forma leve.
Mas e aí Letícia, com tanta dica de planejamento, o que você quer dizer com “O plano é não ter plano”?? Pode ter certeza que apesar de você planejar toda sua viagem, muitas coisas sairão fora do planejado e é bem provável que justamente essas coisas se tornarão as suas melhores histórias no futuro. Essa frase é uma referência a confiarmos mais na vida, em vermos oportunidades nos imprevistos e a deixar as coisas fluírem quando saem do planejado. Faz parte sermos pegos de surpresa, vez ou outra precisamos trilhar novos caminhos e encontrar novas pessoas. Planeje sim, mas deixe o acaso fazer sua parte também ;) Boas viagens!! Viajando barato pela Austrália!!!A Austrália não é um destino barato para se viajar, por isso sempre tive curiosidade em saber se realmente era possível alugar uma van ou motorhome por apenas 1 dólar ao dia. "Mas porque as locadoras fariam uma oferta como essa??" Bom, essa oferta acontece por causa de uma demanda das locadoras de veículos: como o país é muito grande, muitas pessoas alugam uma van para viajar de uma cidade até outra e acabam deixando o carro por lá. Com isso, a locadora precisa retornar esses veículos para a sua base. Qual a melhor forma de fazer isso? Oferecer um aluguel praticamente de graça e ainda ajudar nas despesas de quem se propor a fazer essa relocação em um curto período de tempo. Esse serviço é conhecido como "Relocation Van" e é possível encontrar ofertas em outros países também, como na Nova Zelândia, UK, Europa, Estados Unidos e Canadá. E foi exatamente isso que topamos fazer: pegar uma van em Cairns para retorná-la em Brisbane em 4 dias de viagem, totalizando 1.934km rodados (1.700km mais 234km de desvios para entrar e sair de algumas cidades). ORGANIZANDO A VIAGEM Para realizar a pesquisa eu usei esse website que reune todas as locadoras que oferecem o serviço na Austrália. Depois, acabei optando por usar o *CoSeats para alugar uma Van da locadora "Apollo". Escolhemos a Apollo porque era a única que oferecia 250 dólares de ajuda de custo com gasolina, enquanto as outras ofereciam 100, que parece ser o valor padrão. *O CoSeats funciona também como um BlaBlaCar. Por meio dele conseguimos uma carona da Gold Coast para Sydney!! Fica a dica =) RETIRADA DO VEÍCULO / SEGURO Voamos de Melbourne para Cairns e fomos direto na Apollo para fazer a retirada da van. A mulher que nos atendeu estava de mau humor e foi bem agressiva no atendimento, tentando vender todo tipo de seguro. Cada locadora trabalha de uma forma, mas basicamente elas oferecem duas opções: 1) Você paga um caução de 1.000 dólares australianos que será reembolsado depois de 20 dias da entrega do carro no destino final. Lembrando que o valor não é bloqueado, eles debitam esse valor, ou seja, você pagará as taxas do seu cartão também. Se algo acontecer com o carro, eles debitam os prejuízos desse valor. 2) Você paga um caução de 250 dólares (reembolsado em 20 dias) mais um seguro adicional de 20 dólares ao dia que não será retornado. Escolhemos essa opção, pois se caso acontecesse alguma coisa com o carro, o seguro cobriria os prejuízos e o caução seria reembolsado integralmente. Além do mais, percebemos que valia mais a pena pagar o seguro do que as taxas que o banco cobraria pelos 1.000 de caução. A mulher tentou nos enfiar inúmeros outros seguros e negamos todos. Ela nos explicou que deveríamos entregar o carro limpo, nas mesmas condições que estávamos retirando, e que deveríamos guardar as notinhas dos abastecimentos para que no final eles nos depositassem o valor de até 250 dólares de ajuda de custo. Nos orientou também que não havia nenhum pedágio no caminho. CUSTO TOTAL Aluguel da van................... AUD 4 Seguro................................... AUD 80 Motorista adicional .......... AUD 12 Gasolina................................ AUD 30 Km adicional......................... xxxxxx Ao todo gastamos 280 dólares de gasolina, como tivemos 200 dólares reembolsados, tivemos um gasto extra de 30 dólares. Tínhamos também um limite de quilometragem de 1.950 e rodamos 1.934 ao todo. Isso que é aproveitamento haha Caso passássemos do limite, eles cobrariam 28 centavos por km rodado. Tudo bem que no final das contas, acabamos gastando mais do que o 1 dólar por dia, mas ainda assim a viagem ficou muito barata. Se você optar por não pagar o seguro adicional, o valor fica bem baixo. Ao todo, o aluguel e combustível nos custou AUD130, ou seja, 100 dólares americanos ou 25 dólares por dia!!!! Quem foi que disse que viajar precisa ser caro???!!!!! Como a van tinha espaço para dormir nela, economizamos com hotel. Procuramos na internet áreas onde poderíamos dormir de graça ao longo do caminho, ficamos uma noite na casa de amigos e acabamos pagando uma noite para dormir no estacionamento de um hostel, já que estávamos em Airlie Beach e preferimos ficar no centrinho para aproveitar e fazer um passeio de barco para Whitehaven no dia seguinte (que foi o ponto alto da nossa viagem!!). DICAS DO ROTEIRO CAIRNS --> BRISBANE Não gostamos de Cairns logo de cara: cheia de lojas de departamento, as pessoas são meio estranhas, estava muito quente e sentimos a cidade sem vida. Por isso só fomos no boardwalk e não perdemos tempo, colocamos o pé na estrada...... Depois, paramos em..... Townsville: gostamos da cidade e foi um bom break para tomar um café de frente pro mar, as pessoas foram bem simpáticas e a praia é linda!! Airlie Beach: ponto alto da nossa parada. Chegamos a noite, cansados dos 650km que dirigimos já no primeiro dia e sem muitas expectativas. Mas para a nossa surpresa encontramos uma cidade agitada, cheia de mochileiros, rolando música ao vivo, jantar e cerveja por 10 dólares!!! Dormimos no estacionamento do hostel, que tinha uma super estrutura. Ponto negativo: barulho para dormir e calor. Ponto positivo: a cama da van era ótima e capotamos mesmo assim!! Whitsunday Islands and Whitehaven Beach: fizemos um passeio de barco incrível com a Ocean Rafting!!! Saímos as 10h e voltamos as 16h, fizemos snorkel, almoçamos na praia, nadamos em Whitehaven, subimos um mirante para ver a praia de cima e nos divertimos com a tripulação que era super jovem e divertida. Os preços são um pouco salgados, mas não dá pra fugir muito: AUD130 por pessoa para o passeio que vale cada centavo. As fotos dizem tudo: 1770: estava na nossa programação, mas porque ficamos mais tempo em Whitehaven precisamos eliminar do roteiro. Mas todo mundo super recomendou essa parada!!! Bundaberg / Bargara: paramos no SeaGypsy para ver uma amiga e conhecer esse café onde ela trabalha!! O lugar é bem bonito e especial, recomendo uma parada para quem estiver pela área e precisar de um break da estrada!! Noosa Heads / Alexandra Headland: Eu sou apaixonada por Noosa Heads!!! Poderíamos ter tirado uma semana para rodar só a Sunshine Coast e conhecer as praias, mas como não tínhamos tempo, fiquei com gostinho de quero mais. Dormimos em Alexandra Headland na casa de amigos (obrigada Isa e Vitorio por nos receber!!) Brisbane: Entregamos o carro no horário e o atendimento na Apollo foi muuuito melhor!! A entrega foi super simples, não tivemos nenhuma surpresa com cobranças extras e recebemos todos os reembolsos dentro de 15 dias. Depois eu acabei mandando um e-mail para a Apollo para reclamar do atendimento que tivemos em Cairns e eles foram super simpáticos. Aproveitamos para curtir o dia na cidade, antes de pegar o trem para a Gold Coast. Brisbane é linda!! PRÓS - Viagem super barata para os padrões australianos, gastamos muito pouco e nos divertimos muito!! - Se você gosta de dirigir e sabe curtir o caminho e a road trip, vale muito a pena!! CONTRAS - É muuuuita estrada. Rodamos uma média de 500 km por dia, sendo que no dia que ficamos parados em Airlie Beach, acabamos rodando 800km em uma pegada só. Tem que gostar de dirigir, senão não vale a pena o esforço!! - Se você tiver datas pré-estabelecidas, pode ser que seja difícil encaixar as datas disponíveis - quanto mais flexível for suas datas, mais fácil fica de encontrar uma "relocation van". DICAS - Evite dirigir a noite na Austrália, as chances de você atropelar um canguru ou outro animal são muito altas; - Planeje os lugares que você quer conhecer antecipadamente, como o tempo é curto, é melhor manter o foco e fazer paradas estratégicas para curtir mais; - A locadora estabelece o dia e o horário para entrega do carro, NÃO ATRASE, pois eles cobram valores ABSURDOS caso ocorra atrasos. Isso acontece porque o carro já está reservado para outro cliente; - A nossa van era bem simples, poderíamos ter pego uma mais confortável (mesmo que no final já estávamos apegados por ela haha). As opções são muitas e vale a pena pesquisar com calma o tipo de carro que a locadora está oferecendo; - É possível que eles disponibilizem 1 ou 2 dias extras de aluguel do carro por um valor bem razoável. Vale a pena pagar um pouco mais e ganhar uns dias extras de aventura; - Dependendo da época e da cidade, considere no seu planejamento o calor para dormir no carro!!! VOCÊS FARIAM NOVAMENTE? - Siiiim!!! Como falei antes, nós amamos dirigir e só por isso já teria valido a pena a aventura!!! Para quem tem pouco tempo, gosta de uma aventura e quer fazer uma viagem barata, vale muito a pena e nós recomendamos!!! Mas gostamos tanto da ideia de dirigir e dormir no carro, que gostaríamos de tirar mais tempo para fazer a viagem e conhecer outras partes da Austrália. Para quem pensa em viajar mais tempo, vale muito a pena comprar uma Camper/Van e vendê-la no final da viagem. Muitas pessoas fazem isso e em qualquer lugar você encontra elas a venda, eu já vi elas sendo vendidas entre AUD1.500 e AUD5.000!! Depois de Brisbane, seguimos para a Gold Coast de trem e ficamos uma semana lá!! Conseguimos uma carona com um russo até Sydney e de lá pegamos um ônibus de volta para a casa da família hippie onde viemos para ficar 3 semanas e já estamos a mais de 2 meses!!! Clique nos links para ler mais sobre cada experiência ;) Espero que esse post ajude os aventureiros de plantão!!!! Boas viagens para todos nós!!!! Sigam o Do For Love no Facebook para mais textos e aventuras mundo afora..... Próxima parada: Índia!!!!! <3 Hoje eu venho aqui para compartilhar uma parte da minha vida pessoal e se você se sente perdido e com medo de tomar certas decisões, acho que esse texto pode te ajudar de alguma forma. Algo que, sem dúvida, aconteceu como uma das muitas conseqüências da criação do Do For Love Project.
Mas quero voltar um pouco nessa linha do tempo. Eu diria que 90% das perguntas que eu recebo aqui na página e no site podem ser resumidas em: Por onde eu começo? Como eu faço isso? Quando eu criei a página eu já estava na estrada, já tinha passado por todas as dificuldades iniciais, tirado as minhas dúvidas, lido livros, blogs e tudo o mais. Eu acredito que isso faz com que eu passe uma imagem de uma pessoa super bem resolvida que resolveu, foi lá e fez. Mas já que a maioria de vocês vem falar comigo em um estágio de dúvida e decisões, hoje eu quero falar exatamente disso. Das dificuldades, da ansiedade, do medo. Mas não do passado, porque é sempre mais fácil falar do que passou. Quero compartilhar minha situação atual de dúvidas e descobertas. Como alguns sabem, eu me mudei para New York City. Uaaauuu. Um minuto de silêncio e um pingo de inveja, por favor. N-E-W-Y-O-R-K. Super glamuroso morar aqui, passear pelos lugares mais badalados do mundo, fazer compras, encontrar com artistas, ir na Times Square quando eu quiser, sem contar que posso ir nos restaurante e baladas que ditam moda mundialmente. Só que não! Eu cheguei aqui e fiquei TOTALMENTE perdida. Eu tinha acabado de passar 6 meses voluntariando na Ásia, com várias idéias para o Do For Love e uma cabeça que não cabia em mim de tanta experiência nova que eu tinha vivido. E me encontrei no centro do mundo que tinha valores e crenças que eu não acreditava mais. Eu me sentia uma estranha no ninho. Eu odiava esse lugar cada dia que eu acordava para trabalhar em algum restaurante xexelento por aí. Fala-se muito em viver for da zona do conforto e aqui era como viver na zona do insuportável. Mas eu sabia que em uma cidade como essa, existe de tudo e que o que faltava mesmo era eu me encontrar. Acho que o ponto chave aqui é ser inquieto. É se manter fiel ao que você acredita e não no que 99% das pessoas ao seu redor estão fazendo ou dizendo. Passaram-se nove meses desde que cheguei e hoje foi o meu primeiro dia como Estagiária na maior organização de ajuda a refugiados. Desde que cheguei eu estou tentando de alguma forma fazer parte de uma instituição chamada IRC, traduzindo, Comitê Internacional de Resgate. Aqui tem mais um ponto que quero ressaltar. Há uns 10 anos atrás eu tive interesse em voluntariar internacionalmente, há 8 anos fiz os meus primeiros voluntariados no Brasil, há 2 anos criei o meu próprio projeto e fui voluntariar na Ásia, essa experiência me levou a entender que tenho um grande interesse por refugiados, pessoas que, por circunstâncias externas, necessitam de ajuda humanitária e isso me levou a esse estágio. Ou seja, a vida não se resolve da noite pro dia. Pequenas atitudes mudam o rumo de tudo. Aos poucos a gente vai se entendendo. Então não adianta sermos ansiosos, devemos continuar nessa busca interior, teimando contra o que o mundo te diz ser verdade e acreditando nas suas verdades, pois essas sim são as verdadeiras. Eu trabalho 5 dias na semana em um restaurante, consegui uma vaga em um club privado para membros da indústria criativa, trabalho no lugar mais badalado de New York City. Nos outros 2 dias eu vou pro estágio com a IRC, e ajudo pais que moram nos EUA a trazerem seus filhos que ficaram em El Slavador, Guatemala e Honduras. Eu encontro com eles, escuto as suas histórias de vida, preencho documentos e torço para que todo o meu trabalho reflita em ver essas famílias juntas aqui. No estágio, não ganha nada, sou voluntária. Mas ganho toda a força e alegria, pois me coloquei em um ambiente que condiz com minhas verdades. Ou seja, me rodiei de pessoas que me fazem ver essa cidade de uma forma diferente. Qndo vou pro restaurante, vou contente, porque é de lá que tiro o dinheiro que vai fazer o Do For Love tomar asas em uma próxima etapa. Nós somos movidos por sonhos, você pode estar no lugar ou na posição errada, mas o importante é manter o foco para que o que você faz hoje, te leve para onde você quer ir amanhã. Se você está lendo isso aqui, sei que você é sonhador, observador do mundo. Então não desiste, não tenha pressa. Não podemos ter medo de crescer pouco a pouco, mas sim de nos mantermos parado, em uma posição que não nos levará a lugar nenhum, isso sim, é aterrorizante. Fiquem a vontade para entrar em contato e compartilhar suas opiniões, é para isso que o Do For Love existe. Para compartilhar o amor!! Sabe aquele trecho de música que mexe com você? Eu tenho um desses, que me deixa inquieta, pensativa. Normalmente postaria ela aqui e deixaria cada um refletir. Mas ela mexe tanto comigo que eu gostaria de compartilhar a reflexão que ela me traz. Resumindo, ela diz que o tempo, a vida, ela continua sem a gente. Se morrermos hoje, o mundo não acaba. O mundo continua da mesma maneira, vidas seguem em frente, o seu trabalho contrata uma nova pessoa, suas roupas servirão para outros, o seu banco continuará operando normalmente. Somos totalmente substituíveis. Então, a primeira conclusão é que a vida continua, mesmo sem estarmos aqui. Parece banal, mas você já parou para pensar nisso? Chegando a essa conclusão, a música te faz alguns questionamentos:
O que vc fez durante sua vida? Quem você ama além de você mesmo? O que é um homem sem história? Onde eu estou? Quem sou eu? Que lugar é esse? E conclui dizendo: EU VOU SER LUZ! Já que estamos aqui provisoriamente, que seja para SER LUZ em outras vidas, que seja para iluminarmos outros caminhos e deixar uma herança que não poderá ser resgatada fisicamente em lugar nenhum, mas que viverá por meio do amor de outras pessoas. O Do For Love Project acredita nisso e luta para trilhar um caminho lindo de luz! Tenho recebido muitas mensagens de viajantes que estão organizando sua próxima viagem e me pedem dicas sobre como planejar um voluntariado mundão a fora. A minha experiência foi na Ásia, então escrevi de acordo com o que eu vivi pelas minhas andanças por lá. 1) NÃO SEI POR ONDE COMEÇAR. Analise o seu orçamento e por quanto tempo pretende viajar. Pesquise valores nos lugares que você tem interesse e oportunidades de voluntariado com o que você pretende trabalhar (animais, educação, construção, medicina, as opções são muitas). Ao final disso você provavelmente já eliminou algumas opções e vai conseguir definir um ponto de partida. Depois de definido os lugares, eu usava dois fatores para me organizar: clima em cada região/país e calendário de festas locais. Não se preocupe com detalhes muito minuciosos, você encontrará respostas para eles ao longo do caminho. Dica extra da Lele: Milhas podem ser valiosas nessas horas. 2) PESQUISE MUITO. Você optou por não pagar valores absurdos para uma agência que iria dar a você (e a qualquer um que pague) a informação mastigada. Você escollheu voluntariar de forma independente, então se prepare para fazer o trabalho sujo. O Google está aí para isso. Pesquise muito, faça contatos e pergunte a quem já foi. E saiba distinguir o que é informação relevante e confiável, nessas horas confie no seu sexto sentido de explorador, ele não falha. A pesquisa vai fazer você economizar tempo durante a sua viagem (ao invés de ficar no computador, você vai poder ir pro bar do hostel conhecer pessoas). Mas eu disse pesquisar, colher informações, ter várias cartas na manga e não bolar um plano detalhado que você vai seguir a risca, isso, jamais, siga seus instintos o máximo que puder enquanto estiver na sua jornada. Dica extra da Lele: Pesquisas em inglês geram maiores resultados. 3) SEJA HONESTO. Se o seu inglês é fraco, não se inscreva para dar aulas de inglês. Se eles precisam de ajuda na construção, analise se você conseguirá fazer o trabalho. Assim como é difícil para você encontrar um lugar bacana para voluntariar, as instituições sofrem com pessoas que dão informações incorretas e na hora do vamos ver, não tem nada para oferecer. Dica extra da Lele: Na Ásia a maioria dos voluntariados é para ajudar em escolas e instituições, seja para dar aulas de inglês básico ou para você ensinar para os alunos alguma habilidade sua. 4) VOLUNTARIADO NÃO É SINÔNIMO DE FÉRIAS. Infelizmente muitas pessoas se aproveitam das instituições que trocam o trabalho voluntário por acomodação e alimentação para viver um período do que elas acham que são férias gratuitas. É muito fácil distinguir quem está lá para contribuir ou para se aproveitar da situação e, se for o caso, prepare-se para ser convidado a se retirar, pois eles precisam da ajuda dos voluntários para projetos que não geram lucros a eles, que são tocados pela generosidade das pessoas. Não seja o idiota a estragar um trabalho bonito. Dica extra da Lele: Se você procura um lugar de graça para ficar, o CouchSurfing é uma ferramenta que está aí para isso. 5) VOCÊ VAI QUEBRAR A CARA. É uma realidade triste, mas é muito difícil encontrar locais sérios para voluntariar. Se você não tiver a indicação de alguém e fizer como eu, que fui arriscando de lugar em lugar, quebrar a cara fará parte do seu roteiro. A parte positiva disso é que geralmente esse tipo de situação vai refletir a realidade do país e você vai lembrar mais uma vez de deixar suas convicções de lado e ter um pouco de empatia por pessoas desconhecidas. Muitas pessoas não fazem isso por maldade, mas pela necessidade de sobrevivência. Isso não torna a atitude correta, mas também não te dá o direito de jogar pedras. Dica extra da Lele: Em alguns sites as pessoas deixam avaliações sobre a instituição, não confie 100% nelas, se possível entre em contato com a pessoa para saber maiores informações. Algumas instituições forçam a situação para que a pessoa deixe um comentário bacana. 6) PREPARE-SE PARA O PIOR, SEMPRE. O banho será de caneca e água fria, a sua cama será um colchonete no chão coberto por uma rede de mosquitos, você pegará piolho, as crianças serão difíceis de lidar, o clima será muito quente e abafado ou choverá muito o dia inteiro, o voluntário da Irlanda chegará bêbado nos finais de semana e te acordará no meio da madrugada e não vai ter nada para fazer no seu tempo livre. Já ia esquecendo, sem internet. É assim que a nossa mente funciona, se prepare para o pior e o seu voluntariado será um sucesso. Esqueça tudo o que você acha que sabe e recomece do zero. Tente entender a vida local, o porque e como as coisas funcionam dessa maneira. Toda vez que eu escuto alguém dizer que precisa de algo para viver, como “Eu preciso de uma xícara de café pela manhã antes de sair de casa”, eu lembro que aprendi a não precisar de nada e ser camaleoa. Adapte-se, você vai viver a melhor experiência da sua vida se você se entregar ao que se propôs a fazer. Dica extra da Lele: Não se desespere, tem internet em praticamente tudo quanto é canto na Ásia (só não espere acessar o Facebook na China). 7) NÃO DESISTA. Por mais difícil que seja, lembre-se que pessoas estão sendo beneficiadas pela sua boa vontade de estar ali. Afeto, sorriso, presença. Tudo isso muda aos poucos a vida de uma criança, dá a elas esperança e alegria. Eu falo muito das crianças porque a maioria dos meus trabalhos foi com elas e sou suspeita para falar, mas acho que recompensa maior não há. Imprevistos vão acontecer, de todos os tipos, afinal, você escolheu sair da sua zona de conforto e quando você retornar a ela, você vai dar muito valor a cada dificuldade, a cada imprevisto e a cada momento em que você precisou ser forte mesmo tendo vontade de largar tudo. Vá em frente, acredite nos seus sonhos e não desista. Dica extra da Lele: Do For Love, always.... (Faça por amor, sempre) |